20 de fevereiro de 2015

Golpe Certo # 03 – UFC engrossa a voz contra as drogas


Na tarde da última quarta-feira, 18 de fevereiro, a maior organização de eventos de MMA anunciou novas medidas de combate ao doping. A partir de 1˚ de julho de 2015, todos os atletas do UFC passarão por testes regulares e aleatórios. Os lutadores flagrados fazendo uso de substâncias proibidas sofrerão penas de até quarto anos de suspensão. As novas regras prometem elevar o nível de competitividade do esporte como nunca antes foi visto em sua história.

A realização de exames fora dos períodos de competição já existe desde 2013, mas com o anúncio da proibição do tratamento de reposição hormonal (TRT) no ano seguinte, o número de casos de competidores flagrados no antidoping cresceu visivelmente.
Os números não mentem
Nos últimos dois anos, o UFC investiu meio milhão de dólares para intensificar os testes em seus lutadores. De cerca de 900 exames realizados em 79 eventos nesse período, apenas 22 atletas foram pegos, algo como 2,4% do total. Já nos 19 testes efetuados fora dos períodos de competição, cinco competidores foram flagrados, ou seja, 26,3% deles.
Estratégia de mercado
A política do “se você usa, será pego”, de Dana White e Lorenzo Fertitta, é uma cartada brutal a favor do MMA limpo e de uma competição justa para os atletas. Ao mesmo tempo, pode ajudar a popularizar o esporte e fazer com que ele chegue até novos mercados.
Ponto negativo
Ao mesmo tempo, em uma época em que os últimos grandes ídolos do MMA estão prestes a se aposentar ou já apresentam queda de rendimento, banir por quarto anos atletas em ascenção pode ser um tiro no pé do UFC. O público quer boas lutas, mas é nítido que o nome forte de um lutador conhecido ajuda a vender os eventos. Se as novas regras fossem adotadas anteriormente, jamais teríamos a possibilidade de assistir George St-Pierre X Nick Diaz ou Anderson Silva X Chael Sonnen 2, por exemplo.
O estopim da revolução
Os donos do evento não pouparam o ex-campeão da categoria dos médios do UFC e colocaram nele a culpa pelo adoção das novas regras antidoping. No último sábado, 14 de fevereiro, em entrevista coletiva após o UFC Fight Night 60, Dana White declarou estar desapontado com Anderson Silva, após a divulgação de novos exames que confirmaram que o brasileiro utilizou substâncias ilegais no confronto com Nick Diaz, pelo UFC 183. O doping de Spider chegou a ser comparado com o do ciclista Lance Armstrong pelos chefões da companhia. Para piorar, o brasileiro não compareceu a audiência da Comissão Atlética de Nevada para se explicar pessoalmente sobre o ocorrido, esta semana.
Reincidente
Aliás, o UFC Fight Night 60 também apresentou outro caso problemático pela segunda vez. Benson “Smooth” Henderson fez seu primeiro combate na categoria meio-médio (até 77 kg), mas lutou novamente com um palito na boca. Há três anos, quando enfrentou Nate Diaz o ex-campeão dos leves do UFC também havia sido filmado com o mesmo objeto entre os dentes. Em depoimento após o evento, Benson afirmou estar acostumado com o palito, porque geralmente treina com ele. “Não acredito que seja ilegal ou vá contra as regras. Eu venci títulos mundiais com um palito na boca”, declarou. Pode isso, produção?

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